A casa da minha avó foi o berço da minha infância e juventude, foi lá que aprendi ser gentil, a rezar, a cuidar, a multiplicar...
Com minha avó aprendi o despego. Certa vez eu estava na casa dela, tinha uns nove anos e ela uns sessenta, nesta época achava ela muito velhinha, e tinha a impressão que a qualquer momento poderia ficar sem ela. Estávamos no jardim,quando chegou um senhor que começou a cortar os caules das eras perto da raiz e arrancar do muro que estava repleto, lindo!!! Fiquei estarrecida e indignada. Perguntei à ela, por que este homem está fazendo isto? Minha avó então me explicou que era preciso cuidar do muro para ele não ruir, que ele seria pintado e que a era cresceria novamente, continuei pasma e perguntei, mas vó vai demorar muito para cobrir todo o muro novamente e ficar bonito como está...Ela simplesmente me fitou e disse: sabe esta muda de orquídea aqui, chama chuva de ouro vou colocar ela na arvore, e quero ver esta arvore repleta de orquídeas daqui um tempo. Confesso que duvidei que ela poderia ver a arvore repleta de orquídeas.
O tempo para mim era então um desconhecido agora sempre que vou lá, fotografo esta mesma cena, a árvore repleta de orquídeas com o muro de eras atrás!
Obrigada querida vózinha por me ensinar tanto, os momentos que estive ao seu lado me fizeram crescer e aprender as coisas simples e ricas da vida, te amo muito!